Data: 22 de Junho de 2022 – por Julio Ernesto, Head de Eficiência Comercial e Marcelo Paciolo, Head de Supply Chain, ambos da AGR Consultores
Ao longo dos últimos anos e principalmente após o início da pandemia, temos escutado a expressão “Dark Store”.
Se traduzíssemos literalmente a expressão, teríamos “Loja Escura”. Isso porque, conceitualmente, essas lojas são fechadas ao público, e executam atividades especificas de um centro de distribuição (CD) convencional – armazenar, separar e entregar pedidos para os clientes.
A diferenciação de uma Dark Store concentra-se em dois aspectos: o espaço físico e a localização. Enquanto as estruturas de CD’s sejam amplas e localizadas em áreas mais distantes dos centros urbanos com maior densidade populacional, as Dark Stores são áreas que possuem praticamente as mesmas dimensões de uma loja tradicional e estão situadas em áreas urbanas bem próxima de seus consumidores. Importante ressaltar que uma Dark Storenão anula a função de um CD, muito pelo contrário, ela agrega valor na cadeia logística, funcionando como o último estágio – e mais próximo – na entrega de um pedido para o consumidor final.
Esse modelo vem ganhando cada vez mais força em função do crescimento exponencial de compras online dos últimos anos. Sobre esses compradores, temos a estatística que mais de dois terços estão dispostos a pagar um valor de frete mais alto para que a entrega seja feita o mais rápido possível, de preferência no mesmo dia. Nesse cenário, entramos com a Dark Store. Por ter layout muito semelhante à de uma operação de CD e estar mais próxima de consumidores de hábitos já conhecidos, essa estrutura permite que as entregas sejam feitas em um prazo muito mais ágil quando comparamos com o modelo tradicional, agregando valor na experiência de compra dos clientes.
Além de melhor apoiar o crescimento e os desafios logísticos das entregas de compras online, possibilita também a combinação de aspectos do Omnichannel, entregando a mesma experiência para o cliente, independentemente de qual foi sua opção no momento da compra. Pensando nisso, as Dark Stores estão deixando de atender apenas o e-commerce para atender também pedidos de retiradas físicas ou até mesmo abrindo as portas para que consumidores possam fazer compras presenciais. Essa função hibrida começou a ser utilizada por redes de supermercado e começa a ganhar força entre varejistas de produtos domésticos, vestuário e outros bens de consumo.
O modelo de operação possui vantagens que vão além da possibilidade de entrega mais rápida. Lojas físicas, com baixa performance, podem ser rapidamente transformadas em Dark Stores, com baixo custo de implantação e manutenção da operação, atendendo eficazmente o público online e offline. Por estarem mais próximas do consumidor final, são mais eficientes em custo e ambientalmente. Além disso, pulverizam a distribuição dos varejistas, que antes estava 100% concentrada nos CD’s, aumentando a capacidade de escoamento com menores prazos e custos.
Gigantes do varejo tais como Walmart, Carrefour e Target estão inaugurando cada vez mais Dark Stores em diferentes regiões do mundo, incluindo América Latina, possibilitando testar a viabilidade de atuar em um novo ponto de uma nova região, ao invés do modelo de expansão tradicional de abertura de novas lojas.
Falamos da importância e vantagens da adoção do modelo de Dark Store. E agora? O que devemos levar em consideração na implementação? Confira no nosso próximo Papo Jedi.