Por Priscila Saad, Head de Operações da AGR Consultores.
Em cena, a arte da realização! Planejamento Estratégico concluído. Portfólio de Projetos e Iniciativas concluído. E agora? Entra em cena a arte da realização! Por AGR Consultores, Priscila Saad, Head de Operações Em nossos dois últimos artigos, buscamos compartilhar pontos de vista e dicas para apoiar às lideranças na construção do Planejamento Estratégico, na definição do Go-to-market, métodos para definir Projetos e iniciativas de Inovação, seja em Transformação Digital ou no Modelo de Negócios.
Considerando que estas etapas foram superadas, estamos frente à direções traçadas, compartilhadas com as equipes e planejadas. Mas claro, o dia a dia das organizações é fervilhante, novas demandas surgem, correções de rota são necessárias, imprevistos nos surpreendem, e aí? Paramos tudo o que havia sido endereçado e planejado?
Claro que não. Sabemos e conhecemos bem os desafios diários que as organizações enfrentam, e manter a ambidestria, a fidelidade ao planejamento é uma arte. Bastam poucas pesquisas para localizarmos inúmeros artigos e estudos em gestão, abordando essa fragilidade nas organizações, ou seja, apontando a disciplina na execução como uma das maiores quando o assunto é atingir resultados!
E é neste momento que a metodologia do Escritório de Realização pode contribuir e muito!
Objetivo da Metodologia
O Escritório de Realização sustenta o trabalho constante de manter a organização engajada nos principais temas, evitando o desvio de atenção característico dos diversos focos de cada departamento e que geram muita perda de energia.
Mas como funciona, na prática?
Tomaremos como ponto de partida o Planejamento Estratégico e todas as iniciativas e projetos que foram desdobrados. Para unir Estratégia, Pessoas e Prática, e respeitar a característica de cada projeto, precisamos passar pelos cronogramas, seja um tradicional Waterfall ou métodos ágeis, e assim delimitarmos as atividades, recursos, prazos e responsáveis para entregarmos com eficácia. Este é nosso ponto de partida. O Escritório de Realização prevê rodadas trimestrais de avaliação do portfólio de projetos e iniciativas, de forma a garantir que as escolhas se mantêm dentro das expectativas do negócio, bem como, identificar novas necessidades que precisam entrar na priorização.
E como rodar o ciclo trimestral de priorização?
Para garantir o alinhamento aos desafios colocados no Planejamento Estratégico, devemos aqui nos basear nos mesmos drivers, ou seja, os mesmos direcionadores estratégicos de crescimento, market share, sustentação, expansão, entre tantos outros que foram aplicados
Demonstramos, na imagem abaixo, o Ciclo adotado pelo Escritório de Realização:
Então, o portfólio de projetos e iniciativas (incluindo as novas demandas) é reavaliado pelas equipes, em uma matriz de priorização equilibrando complexidade x retorno, considerando aspectos de entrega efetiva de resultados, sustentação do negócio e temas habilitadores. Podemos citar como exemplo uma indústria que estava conduzindo o desenvolvimento de um novo produto, porém, se deparou com “block”, ou seja, uma nova legislação aplicada que impede o prosseguimento deste desenvolvimento e por consequência, seu lançamento ao mercado (tratamos aqui de uma necessidade habilitadora para o novo produto). Faz sentido então, uma repriorização para tratar o “bloqueio temporário não previsto inicialmente”, e a partir desta finalização, retomar o desenvolvimento do novo produto.
Um exercício complementar, e de enorme riqueza para as organizações é identificar, além dos elementos básicos de qualquer planejamento, quais são as Competências Organizacionais que a empresa precisa dispor e fortalecer para sustentar suas atividades core e pavimentar novas competências que precisam ser desenvolvidas para apoiar o crescimento, a diversificação de portfólio de produtos/serviços ou inovações. Por exemplo, uma empresa que até então atuava somente no B2B desenvolveu ao longo de sua operação, competências específicas para atuar neste mercado, com práticas comerciais específicas, estilos de abordagem a clientes, logística, modelo de atendimento, entre outros. Mas agora, decidiu, em sua estratégia de expansão de negócios, entrar no modelo de atendimento B2C. A partir desta decisão, novas competências organizacionais precisam criadas para que este modelo tenha êxito.
Acreditamos que é fundamental ter um Planejamento Estratégico que ajude a organização a equilibrar as perspectivas financeiras, clientes, processos e pessoas, mas ainda mais importante é garantir que o processo de execução da Estratégia esteja bem definido, com revisões periódicas previstas, garantindo assim a sincronização das demandas do dia a dia, resistindo às tentações de “novidades” e assuntos que podem até ser mais interessantes mas que colocam em risco a sobrevivência e o crescimento das empresas.